Ilha com nome de santo e traços do paraíso


Uns breves dias de paragem foram aproveitados para rumar para S. Miguel, nos Açores. O tempo correu depressa, ou não se estivesse em período de férias, mas a ilha confirmou as expectativas que se levavam na bagagem.
Campos verdes a perder de vista, o mar que se espreguiça no horizonte, lagoas serenas aninhadas em suaves montes, vaquinhas a pastar tranquilamente, indiferentes a uma objectiva mais indiscreta. Quem desenhou o céu deve ter pensado naquela paisagem.
Na imagem do éden nem sequer falta a referência ao Inferno, a lembrar o destino reservado às vidas de pecado. O fumo que nasce na terra e um cheiro horrível a enxofre é um toque de mestre nessa paisagem celestial dos Açores.
Como eu hoje estou dada a metáforas parvas, tenho aqui mais uma a borbulhar nos meus neurónios sobre a breve jornada. Ao percorrer a ilha de uma ponta à outra (isto de Este para Oeste, porque de Norte a Sul uma manhã a pé chegava), não deixar de imaginar um grande painel, onde cada artista desenhou a sua parte. De um lado os pintores de lápis de carvão, a suavizarem as linhas com os dedos, criando pequenos montes aveludados. Do outro, pincéis nervosos, que rasgam vales e elevam montes íngremes, revelando esse grande poder da natureza.
200 palavras para dizer: gostei de visitar S. Miguel.

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