Cansaço

O batel navega à deriva, numa bruma densa, pelo meio de náufragos, mortos vivos que agonizam na esperança de ver a luz, de ver um rumo.

Nada há que anime as almas cansadas de ver os remos desgovernados. Marinheiros que há muito perderam a bússola e ousaram acreditar que comandavam o mais aguerrido dos paquetes.

É angústia o que sinto pela mudança que se avizinha igual. Pedem-nos esperança, determinação e coragem. Sou fraca, não tenho.

A bruma é demasiado espessa e os tubarões em grandioso número, rasgam carne e entranhas aos náufragos, já de si gelados pela fria água salgada.


23 de março de 2011

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